Como falar para seu filho sobre violência e desastres naturais

 A criança, assim como nós, somos bombardeados por cenas de morte e violência frequentemente divulgadas pela mídia. Manter-se alheio a essas notícias é algo praticamente impossível, mesmo com os pais mais cuidadosos, que tomam atitudes para proteger a criança e evitar o contato com esse assunto em casa, certamente isso chegará até ela de outra forma, como, por exemplo, através dos colegas na escola, redes sociais ou internet.

Quando assistimos a um noticiário com detalhes de desastres ou cenas de violência, somos acometidos pelos mais diversos sentimentos. Com a criança isso não é diferente e dependendo da informação e da forma com que a criança irá lidar com isso ela poderá vivenciar uma situação traumática.

Os pais devem estar se perguntando: “Mas se não podemos impedir que a criança tenha acesso a essas notícias e em alguns casos essas informações podem ser vividas como traumáticas o que podemos fazer para lidar com essa situação?”

Acredito que a melhor forma a lidar com isso seja através do diálogo, perguntar o que a criança pensa sobre o assunto, sem pressioná-la, deixar com que ela se sinta livre para falar sobre isso e tirar as suas dúvidas é o essencial. Os pais, por sua vez, deverão passar segurança e tranquilidade à criança, as respostas às dúvidas devem ser verdadeiras e sucintas, procurando responder apenas aquilo que lhe foi perguntado.

É comum sempre que ocorre algum acidente ou ato de violência que as crianças reproduzam esses medos, como, por exemplo, medo de viajar de avião após algum acidente aéreo ou tenham medo de dormir sozinhas após alguma notícia de assalto. O essencial nessas situações é criar um espaço para que a criança possa falar dos seus medos e um adulto possa acolhê-la e tranquilizá-la.

Principais sinais que uma criança pode apresentar ao vivenciar uma situação traumática:

  • Distúrbios do sono e da alimentação
  • Medo de ficar sozinha
  • Alterações no comportamento de brincar
  • Comportamentos regredidos como, por exemplo, enurese noturna
  • Dificuldade de concentração
  • Resistência para ir à escola ou sair de casa
  • Isolamento social
  • Presença de comportamentos obsessivos
  • Alterações do humor
  • Questionamento repetitivo sobre um determinado assunto

Melina Veronês Fernandes – CRP 06/81696 – Psicóloga e Psicanalista